Para fazer o turista argentino sentir-se em casa, o comércio de praia em Santa Catarina sempre usou termos como “choclo hervido” (mílho verde), “sombrilla” (guarda-sol) e “alquiler” (aluguel) em pequenas placas na orla.
Neste verão, como a presença dos vizinhos de lingua espanhola está em alta, até o setor da propaganda resolveu mudar de idioma. Os anúncios em espanhol foram parar na televisão, nas fachadas de loja e até em outdoors, o que nunca havia ocorrido nos principais destinos do Estado.
Com a venda aos argentinos, que voltaram a Santa Catarina por causa da valorização do dólar em relação ao real, as redes anunciantes esperam faturar até 15% a mais neste verão, em relação ao mesmo período de 2016.
A varejista catarinense Koerich, que vende móveis e eletrônicos, até treinou os vendedores das lojas de praia para atender os argentinos.
A rede instalou outdoors em Florianópolis para vender celulares. O anúncio diz que o turista encontrará em suas instalações “los mejores precios” (os melhores preços).
A Dpaschoal também fez anúncios em espanhol para vender “neumáticos” (pneus) – propaganda estratégica, pois boa parte dos “hermanos” chega a Santa Catarina de carro, em geral em comboios de três a cinco veículos.
Empresas de mídia exterior consultadas informam que este é o primeiro verão com outdoors em espanhol no litoral catarinense. “Eu nunca tinha visto, a ideia é boa”, diz Lucélio Coelho, gestor de urna empresa com 420 outdoors na Grande Florianópolis. “Esta é uma moda que vai pegar” , diz Marciane Sebold, coordenadora de uma empresa que administra 300 outdoors.
O comércio catarinense também levou peças publicitárias em espanhol à TV. A varejista catarinense Havan usou canais locais para vender utilidades domésticas e roupas de cama, mesa e banho. A publicidade tem áudio e texto em espanhol.
O setor turístico de Santa Catarina estima que apresença dos argentinos fez o Estado ter uma temporada sem crise. Nos hotéis, a ocupação no Em do ano cresceu 10% por causa dos turistas estrangeiros, diz o sindicato do setor.
Fonte: Folha de São Paulo